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Vinho descomplicado

Por Michele Bertoletti Rosso 09 jul., 2020
Cada um tem sua preferência por algum tipo de vinho, algumas pessoas gostam de vinho tinto, outras preferem branco e outras amam rosés. Mas aí vem a dúvida: qual a diferença entre eles? Todos sabemos que o vinho é feito de uva e que a casca da uva pode ser branca, rosa ou tinta. Mas o que interfere de fato nessa cor final é o processo de elaboração do vinho. Independentemente da cor da casca, o suco da uva, geralmente, não tem cor expressiva. Então de uvas tintas, por exemplo, é possível fazer tanto vinho branco, quanto tinto ou rosé. Na verdade, tudo depende do tempo de contato da casca da uva com o suco depois do esmagamento. Na casca da uva tinta tem um componente químico chamado antocianina que é liberado durante a fermentação. Quanto mais tempo o suco ficar em contato com a casca da uva tinta, mais cor esse vinho terá. Geralmente os tintos ficam, no mímino, 4 dias em contato com as cascas para agregarem bastante cor. As uvas brancas não possuem matéria corante na sua casca, por isso assim que as uvas são esmagadas, é feita a separação da casca e do suco. O suco vai fermentar desde o primeiro dia nos tanques fechados onde depois será guardado o vinho. Para fazer os vinhos rosés, podemos variar nos processos. Uma maneira de deixar o vinho com a cor linda dos rosés é esmagando uvas tintas e brancas juntas e deixando fermentar na casca de 1 a 2 dias. O outro processo, mais usado, consiste em esmagar uvas tintas e separar das cascas logo depois ou até no máximo em 24 horas. Mas qual deles é melhor? Insisto em dizer: aquele que você preferir naquele momento! Todos são especiais, únicos e com características apaixonantes. Vale provar todos e eleger seu preferido. Enoabraços e até a próxima!
Por Michele Rosso 07 jun., 2020
O primeiro domingo de junho é o Dia Nacional do vinho. Uma data que enaltece a produção dos vinhos brasileiros que estão ganhando o mundo e, a cada dia, surpreendendo novos consumidores. Uma data que nos lembra dos colonizadores europeus que trouxeram na mala e no coração a paixão pelo cultivo da videira e pela elaboração do próprio vinho. É dia de abrir uma garrafa de vinho brasileiro e comemorar tantas vitórias. Para nós, biturunenses, esta data está sendo ainda mais especial. No último dia 01 de junho, a Assembleia Legislativa do Paraná reconheceu o município de Bituruna como a Capital Estadual do Vinho. O projeto de lei 478/19, de autoria do deputado Emerson Bacil, foi aprovado em seção remota e segue agora para sanção do Poder Executivo do estado agregará ainda mais reconhecimento turístico para a região. Com certeza é dia de muita comemoração. Quando nossos bisavôs escolheram essa região para morar, eles já perceberam que aqui era o lugar ideal para plantar as mudas de videira que traziam na mala. O relevo montanhoso, os solos jovens, a altitude por volta dos 900 metros e o clima serrano; fazem de Bituruna uma região com alto potencial enológico. O próximo passo agora é o reconhecimento a nível nacional, através da IG. Mas sobre ela, falaremos mais em outro post. Então vamos abrir um vinho nacional para comemorar mais uma conquista. Melhor ainda, vamos brindar esse dia com um vinho de Bituruna. Não conhece ainda os vinhos desta promissora região? Abra-se ao novo e conheça vinhos que podem te surpreender. Enoabraços.
enóloga degustando vinho com taça de vinho
Por Michele Bertoletti Rosso 28 mai., 2020
Olá pessoal! Sou a Michele Bertoletti Rosso e sou a enóloga da Vinícola Sanber. Começo hoje este blog onde trataremos de diversos assuntos relacionados a enologia e ao mundo dos vinhos em geral. Um tema que além de ser profissão é, antes de tudo, paixão. Com 9 anos conheci pela primeira vez um Enólogo e de cara fiquei encantada com aquele homem tão sábio que contou a história do vinho desde a parreira só de tê-lo na taça. Pensei que queria ser como ele e aqui estou! Cursei enologia em Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul, fazendo o caminho reverso dos meus bisavós. De lá eles trouxeram a tradição em produzir vinhos e essa mesma paixão, me levou de volta a serra gaúcha para buscar uma ciência ainda um pouco desconhecida por muitos. Para as pessoas que não trabalham com o mundo do vinho, quando digo que sou enóloga me perguntam se é parte da medicina (o que não seria de todo uma mentira) ou falam que a minha é a profissão mais fácil do mundo: que sou paga para beber em serviço. Na verdade, a enologia é muito estimulante, mas não é assim tão romântica e simples como muitos pensam. Enologia é o estudo do vinho em todos os seus aspectos. Ela estuda e acompanha todo o processo de produção, desde a plantação do parreiral até o vinho na taça aí na sua casa; passando pela vinifi c ação, controle de qualidade e comercialização. Na parreira, definimos, junto com o agrônomo e o viticultor, os tipos de solo, o sistema de condução, a escolha das mudas e o manejo da videira até a colheita da uva. Já na vinícola, controlamos a qualidade do vinho, controlamos a fermentação, acompanhamos a estabilização dos vinhos e decidimos o momento de engarrafar. Depois ajudamos a colocar no mercado com a melhor embalagem e exposição, melhor maneira de servir e ajudamos as pessoas a escolherem o melhor vinho para degustar. Claro que nesse processo fazemos a degustação do vinho para acompanhar sua evolução, mas não engolimos o vinho degustado em serviço, o prazer da degustação fica para o final do dia. Até 2007, o Enólogo era formado em um curso técnico. Atualmente, é necessário ingressar em um curso superior para receber o título. Os desafios hoje em dia desse profissional passam por fazer um vinho cada vez melhor, mesmo sem conseguir controlar as condições climáticas que interferem na qualidade da uva; além de produzir vinhos na maneira mais natural possível para que o vinho exiba sua essência, a sua origem e o trabalho dos profissionais envolvidos em sua profissão. Mas aí nos deparamos com outra dúvida: Enólogo, enófilo e sommelier são a mesma coisa? Na verdade não, mas se complementam. O sommelier é o cara que faz um curso técnico e nos ajuda com a venda e o serviço dos vinhos. Ele está presente nos restaurantes, nos supermercados, nas lojas de vinhos... Enfim, é o responsável pela escolha e pela compra dos vinhos, dá sugestões de consumo e recomenda o vinho aos clientes. O enólogo está hablitado para fazer esse trabalho também, mas geralmente, é o sommelier que assume a garrafa depois de pronta. Por outro lado, para ser enófilo, não precisa de curso. Você que está lendo esse texto agora e buscando novas informações sobre a bebida dos deuses pode ser considerado um enófilo! Porquê? Simples! Enófilo é a pessoa que gosta muito de vinho, nunca fez curso técnico ou superior relacionado, mas que está sempre buscando uma nova informação ou notícia do mundo dos vinhos. E o mais importante: toma vinho periodicamente. Agora você, caro leitor, já foi promovido a enófilo e conhece um pouco mais sobre o universo dos vinhos. Aguardo você semana que vem para mais uma conversa sobre essa bebida tão tradicional. Enoabraços! Por Michele B. Rosso Enóloga.
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