O Museu Casa Sanber participa da 15ª Primavera de Museus do IBRAM
Inspirados pelo poema “Resíduos”, de Drummond, a 15ª Primavera de Museus lançada pelo IBRAM em 2021 vem para nos lembrar das perdas, porém, mais que isso, nos faz refletir sobre os recomeços.
Quando tudo parece sombrio e desesperançoso, eis que o parreiral brota e de seus brotos o milagre do vinho se faz presente nas vidas daqueles que com fé e persistência recomeçaram em novas terras, formando raízes, famílias e novas memórias.
A Casa Sanber, um museu comunitário situado na cidade de Bituruna, no Paraná, é um exemplo disso. Foi no ano de 1940 quando tudo ainda era mata fechada que famílias de ascendência italiana oriundas do Rio Grande do Sul alcançaram essas paragens e resolveram iniciar uma nova jornada, onde o trabalho, as crenças e a união deixariam um legado que marcaria as próximas gerações.
A história de recomeço das famílias Sandi e Bertoletti se confunde com a história da cidade e do museu mantido pela família, na propriedade onde se situa a vinícola fundada pelo Sr.Giovani, e é um exemplo que define bem as perdas e os recomeços.
Um museu não é um mausoléu. Um museu é vida que se ressignifica e traz história em cada objeto. E assim tem se sucedido na Casa Sanber, um museu que já foi lar dos “nonos” Dothilo e Frida e a filha Suzana, e hoje tem na Michele, no Marlon e no pequeno Lorenzo seus guardiões e a certeza de que esse recomeço será recordado por muito tempo e contado a cada visitante que queira conhecer essa e muitas outras memórias do espaço e da comunidade.
Inspirado em um dos nossos maiores poetas, a Casa Sanber deixa a seguir uma mensagem a todos aqueles que valorizam o passado e não têm medo de recomeçar.
(...) “As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.”
(Memória, Carlos Drummond de Andrade)